quarta-feira, 7 de março de 2012

Machismo e Preconceito em Vidal Ramos

Relembrando a postagem feita há um ano...              

Primeiramente a equipe do Metralhadora Giratória gostaria de parabenizar as mulheres pela passagem de seu dia, e convidá-las a unir sua força a este blog, enviando seus textos e sugestões para tentarmos mudar alguns aspectos negativos do nosso município.
Uma ótima sugestão de uma leitora, os assuntos machismo e preconceito merecem ser trabalhados mais neste blog.

Como em grande parte do mundo, Vidal Ramos vê cada vez mais mulheres trabalhando fora, sendo muitas vezes, as principais responsáveis pela renda da família. Apesar disto, o machismo e preconceito contra mulheres é muito presente (tanto entre os homens quanto entre as mulheres, temos muitas mulheres machistas). Ainda acham que lugar de mulher é na cozinha, na limpeza, cuidando dos filhos, acham que política é coisa é coisa para homem, veja que os vereadores são todos homens, as poucas mulheres que se candidataram não se elegeram na última eleição; muitos homens glorificam-se de gastar seu dinheiro na zona, ou mesmo pagando de tudo para mulheres que não fazem nada com eles além de sugar seu dinheiro, os mesmos que depois andam nas ruas ou vão à igreja abraçados com suas esposas fingindo terem a melhor relação possível. E já que o assunto conduziu para zona vamos lembrar-nos dos pais machistas que continuam levando seus filhos adolescentes para este tipo de lugar para que “se tornem homens”, ao invés disso que tal ensiná-los bons modos, ensiná-los como tratar adequadamente às mulheres e à qualquer pessoa, sejam homens, mulheres, brancos ou corados, normais ou especiais, heterossexuais, homossexuais ou qualquer outra condição sexual.


(http://www.flickr.com/photos/elvisda_silva_artista_plstico_cultura_negra_e_cultura_indigena_a_histria_de_campinas/4968268100/in/photostream/)


Outra questão levantada é a de que Vidal Ramos parece esquecer que aqui já viviam negros antes da vinda da Votorantim. Os negros não são lembrados na história do município assim como na história que geralmente aprende-se na escola, em que só vemos o lado branco, os heróis portugueses, não nos falam muito da cultura e história negra e indígena que são as maiores e deveriam ser as principais abordadas em todo o país. Imagine-se ter que passar uma vida inteira esquecido vivendo na cultura de um povo que em outros tempos tratava o seu povo como inferior chegando a escravizá-lo ou dizimá-lo. Vamos nos abrir, conhecer mais sobre outras culturas, temos muito a aprender.

Acrescento ainda a questão da condição sexual, em nossa cidade não temos apenas heterossexuais, se já é difícil ser homossexual numa grande cidade onde mais facilmente acham-se pessoas com esta condição, imagine em uma pequena cidade onde um relacionamento homossexual torna-se quase impossível, visto que além de claramente serem minorias ainda sofrem o preconceito. Por exemplo, os meninos afeminados, que muitas vezes nem sabem qual sua condição homossexual são ridicularizados por colegas nas escolas, tratados com diversos tipos de ofensas. Apesar disto, muita gente acha que o assunto sexualidade não deve ser abordado muito cedo na escola.
Precisamos acolher as pessoas por seu caráter e não por coisas que não podem ser mudadas.
Mr. Tambourine

Agora o Texto enviado pela leitora “Anubis Ragnarok”:

A questão da mulher:

Já passou, mas este ano (graças ao São Jorge!) as autoridades políticas do município não nos humilharam na tentativa de uma homenagem às mulheres deste se trajando de travestis, afinal este seria o dia internacional da mulher, e não uma parada gay!
Quem sabe no próximo ano, além de homenagear de forma decente as mulheres deste município, a administração também aproveite o empenho para reavaliar o plano de cargos de salários das funcionárias municipais, respeitando as leis trabalhistas, afinal é por este motivo que existe o DIA INTERNACIONAL DA MULHER.

A questão dos negros:
De onde você é?
Um dia desses eu estava em um local público, me servindo de uma guloseima, e uma senhora que não é deste município me abordou e me remeteu a pergunta: "-De onde você é? Salvador ou Recife?"  Eu respondi que não era de nenhuma das cidades; a Senhora insistiu e perguntou se eu era do Rio de Janeiro e a quanto tempo eu estava nesta cidade; educadamente eu respondi: 
 "-Sou Catarinense, e nasci neste município", a Senhora um tanto surpresa fez um comentário "-Hoje essa cidade tem bastante negros né... mas muito deles já moravam aqui; porque isso não aparece na descrição da população deste lugar?" eu fiquei sem resposta, e isto foi chato!
Será que é difícil enxergar um negro que é desse lugar por essas ruas e comunidades?! Quantos pardos mulatos e negros moram nesse lugar desde que nasceram? A cidade é jovem, mas existem negros que já tem os seus 90 anos bem vividos, formaram família neste lugar, hoje tem seus filhos, netos e bisnetos que por ironia continuam sendo negros(!!!).
Por que essa parte (que não é pequena) sumiu do mapa?
Será que esses negros querem se esconder (?), ou estão tentando esconde-los?

                “Anubis Ragnarok”

sábado, 17 de setembro de 2011

A Verdade Por Trás Da Ganância


Publicado em 17 de janeiro de 2011
             
             A toda hora encontro alguém que insiste em negar a situação ambiental do planeta. Dizem que toda aquela história de aquecimento global não passa de uma invenção, dizem que no Brasil ainda podemos derrubar muitas florestas, que isso não faz diferença. Aí eu pergunto: não faz diferença para quem?
               Como negar que estamos com um clima cada vez mais instável, se os desastres ambientais estão se tornando tão recorrentes. Basta ver o que está aconteceu recentemente no Vale do Itajaí. (Parágrafo alterado em 17 de setembro de 2011 para contextualização).
É muito fácil querer a derrubada de florestas quando você é proprietário de terra e tem umas áreas com mata para derrubar. Mas, não querendo ser muito sentimental, não se pensa na quantidade de vida que uma floresta tem, principalmente tratando-se da nossa densa mata atlântica.
 A tendência natural das pessoas é pensar que são imunes a acidentes, o que muda só quando algo acontece consigo ou com alguém da família, enquanto isso, não se sensibilizam com a destruição do meio ambiente ou insistem em negá-la para que se livrem da culpa de poluir o meio ambiente, de derrubarem florestas para plantar eucalipto, de apoiarem a instalação de grandes indústrias em refúgios ambientais.
Há pouco tempo uma guerra de interesses foi travada em Santa Catarina entre pessoas que queriam a qualquer custo a instalação de um estaleiro e defensores do meio ambiente. Os defensores do meio ambiente penaram para conseguir proteger importantes reservas ambientais do litoral catarinense e a baía dos golfinhos, enquanto os gananciosos tentavam mudar o parecer  do ICMBio contra a instalação do estaleiro em Biguaçú. Prova da ganância que movia os defensores do estaleiro foi a acusação de “incorreções e omissões”  no Relatório de Impacto Ambiental, que não condizia com outros estudos já realizados na área e favorecia a implantação do estaleiro (que no fim não deu em nada, mas as diferenças entre os estudos contiunua existindo).
Por fim, o Sr. Eike Batista, dono da empresa OSX, que queria implantar o estaleiro, desistiu de SC e foi implantá-lo no Rio de Janeiro. Não resistiu às pressões ambientais que dificultaram muito a instalação da empresa, o que pode se chamar de vitória do meio ambiente, dificilmente a natureza vence a ganância.
Mas o ponto em que eu quero chegar é que, para quem tem boa memória, a empresa Caruso Jr. é que fez o estudo de impacto ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) da empresa Votorantim em Vidal Ramos. E, se num caso tão importante, com tantos olhares de defensores ambientais, como o do estaleiro da OSX, conseguiram achar incorreções e omissões por parte da Caruso Jr. em seu licenciamento ambiental, imagine em Vidal Ramos, onde ninguém além da Caruso Jr. realizou estudos no meio ambiente. Quantas omissões e incorreções pode haver.

Rufus
“o guardião da pedra dos sonhos”

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

"Seja bem-vindo a Vidal Ramos, o berço do Itajaí Mirim"


(Postado em 14 de janeiro de 2011) Ligue seu detector de ironias!

O perfil do habitante vidalramense - aquele com quem você cruza na rua quando sai para ir trabalhar ou com quem divide a lanchonete no final de semana - mudou nos últimos meses. Essa foi uma das primeiras e mais visíveis alterações decorrentes da instalação da fábrica de cimentos na nossa cidade.
E é, em definitiva, a alteração acompanhada de mais resistência da população dita nativa. O bucolismo desse pedaço do "vale europeu" está se vendo ameaçado pela chegada maciça de brasileiros (!!), que além de falarem com um sotaque raro e escutarem forró, são mais coloridos do que nossos habitantes.
Vidal Ramos "nublou". "Vai aumentar a criminalidade", "é perigoso andar sozinha na rua com esse monte de gente de fora, menina".
De pronto, todos os problemas que a cidade já teve, tem ou terá são atribuídos a esses novos moradores, os exógenos. Mas ai de quem se atreva a dizer que é racismo. 
- "Não é racismo, não sou contra os negros, é que...”
... À Vidal Ramos todos são bem-vindos, só que parece que uns são mais bem-vindos do que os outros. 


Por: T'Challa

terça-feira, 13 de setembro de 2011

E agora José ?


Não se importar com a opinião publica já se faz cotidiano em Vidal Ramos, de que nos adianta os nossos vereadores? Não digo todos, mas a grande maioria abaixa a cabeça para o senhor feudal, lembrando um sistema econômico de vassalagem, o que me faz ter nojo desse tipo de política que se estende há anos em nosso município, “tu” me ajuda e “eu” te ajudo!
Política e governo, para mim, devem atender (ou tentar pelo menos) os anseios de uma população, e não parte dela. “A parte familiarizada”, a parte que me ajuda como pode ocorrer.
E, amigos, o que são nossos vereadores? Quantos deles se elegeram honestamente? Conte nos dedos comigo. . . Quantos deles te encheram o tanque, ou te pagaram uma cervejinha? Ou aquela caroninha?... O QUE É ISSO GENTE? O que eles tem nos proposto de mudança? Pedra ali, brita lá, ponte aqui. O que como cidadãos de Vidal Ramos, Capital Catarinense do CIMENTO, queremos? Aliás, que tipo de governantes queremos em nosso município? Governantes em quem votamos na última eleição, em quem depositamos nossa confiança e NADA FOI FEITO? (Lembro que estamos nisso há anos).
Creio que alguns de nossos leitores, assim como eu, questionam o que temos recebidos de nossos políticos. Não queremos favores, nem troca de FAVORES. Onde estão os VALORES afinal?...
Não sei o que é pior, não fazer nada, ou fingir que faz alguma coisa.
Talvez possamos ver alguma mudança, e que tal, que ela seja publicada no jornal mirim, o jornal de maior circulação em nosso município. Que ele seja mais do que um jornal que faz apologia a uma pessoa e não há um governo. Não contando com meu sarcasmo, que tal um VERDADEIRO concurso publico?

“Meu nome é Maximus Decimus Meridius, Comandante dos Exércitos do Norte, General das Legiões Felix, servo leal do verdadeiro Imperador, Marcus Aurelius”.


Sugestão de musica.


Todos iguais, mas uns mais iguais que outros


Enquanto o povo votar em deputados e senadores que trazem verbas para hospitais, ginásios e etc, que beneficiam parte da população, e não se importar com a opinião deles em outras questões importantes que são votadas na câmara e que mudam o futuro de todos, muitas das transformações necessárias nesta sociedade não serão realizadas. E isto se repete nas câmaras de vereadores, como podemos observar em Vidal Ramos, onde a maior parte dos vereadores resumem seu mandato em pedir serviços particulares (o que para mim não difere muito de compra de voto), e a minoria (1 ou 2) que receberam poucos votos é que propõem questões de interesse de todos, mas que são ignoradas por um prefeito (ou seria coronel?) que só ouve os vereadores da sua coligação.
Outra questão importantíssima é que em cidades pequenas como a nossa, muita gente tem empregos na prefeitura ou tem algum parente empregado lá, o que faz com que a família vote em um candidato apenas para garantir seu emprego (sei que isso não é nenhuma novidade), mas se o empregado é competente e eleger um prefeito que se importe com o bem coletivo e não saia por aí prometendo empregos, com certeza continuará trabalhando. E quem nunca ouviu alguém dizer por aí que teve que mudar para o partido do "prefeito" para que ele ou alguém da família pudesse ganhar um emprego?...
Precisamos de uma nova atitude na próxima eleição municipal. Independente do partido, não se corrompa, vote em quem privilegia questões que você considera importantes para o bem coletivo, não venda seu voto por promessas de serviços particulares ou promessas de empregos na prefeitura, do contrário continuaremos com um governo municipal que privilegia uns em detrimento de outros. Um dos males do mundo é o egoísmo que se encontra em grande parte da população, enquanto não pensarmos de forma coletiva, o mundo não terá as mudanças que precisa para se tornar mais justo.


Acompanhe as ações do seu e de outros vereadores em:http://www.camaravidalramos.com.br/18443/index.html


Rufus
"O guardião da Pedra dos Sonhos"

Olha o progresso chegando ai gente!!! SERÁ?


          A idéia que vem se vendendo aqui em Vidal Ramos-SC nos últimos anos é que o “progresso está chegando”, hoje temos torre de celular, a estrada que liga Vidal Ramos à Brusque parece que vai sair do papel, novo parque da Doce Festa, novos moradores e mais um montão de coisas.
        Contudo, depositar todas as fichas na construção de uma fábrica pode ser uma atitude um tanto “equivocada” para não dizer outra coisa, não são poucas as pequenas cidades que uma hora crescem rápido de mais e outra hora são abandonadas por grandes conglomerados econômicos deixando-as em uma situação um pouco desconfortável.
          A roda não é reinventada todo dia, a história se repete, e com base nisso acredito que uma boa indicação para o CineClub de Vidal é o filme “Roger & Eu” do cineasta Michel Moore, onde ele conta a relação da sua cidade natal (Flint, Michigan/EUA) com a empresa General Motors (GM), que sempre foi o motor da cidade, que fez Flint crescer, desenvolver, ser referência nos Estados Unidos e em um belo e ensolarado dia a fábrica decide mudar de lugar e se deixam para trás desemprego, pobreza e uma cidade fantasma. No filme Michel Moore apenas tenta falar com o presidente da GM, Roger Smith, para que ele visite Flint e veja o estrago que a empresa deixou pra trás, e nessas horas as grandes empresas não são tão accessíveis e nem vem mostrar a cara em um ginásio lotado.
          Não estou “agorando” a Votorantim, muito menos eu quero que Vidal Ramos transforme-se em uma cidade fantasma, contudo acho que uma das maiores diferenças minha e dos outros participantes do Blog para o senhor Antônio Ermírio de Moraes, presidente da Votorantim, é que todo dia ao encostar a cabeça no travesseiro nós pensamos no que será do futuro dessa cidadezinha, na qualidade de vida de todos que ajudaram a construí-la e nunca a abandonaram, claro outra diferença é que nós não temos 2,8 bilhões de dólares no banco. E isso meus caros, faz com que o apego maior seja com o lucro da empresa, e não com o que pode vir acontecer “naquela” cidade que começa com a letra V.

Princesa Sara.
O Cavalo de Fogo manda lembranças!