Relembrando a postagem feita há um ano...
Primeiramente a equipe do Metralhadora Giratória gostaria de parabenizar as mulheres pela passagem de seu dia, e convidá-las a unir sua força a este blog, enviando seus textos e sugestões para tentarmos mudar alguns aspectos negativos do nosso município.
Uma ótima sugestão de uma leitora, os assuntos machismo e preconceito merecem ser trabalhados mais neste blog.
Como em grande parte do mundo, Vidal Ramos vê cada vez mais mulheres trabalhando fora, sendo muitas vezes, as principais responsáveis pela renda da família. Apesar disto, o machismo e preconceito contra mulheres é muito presente (tanto entre os homens quanto entre as mulheres, temos muitas mulheres machistas). Ainda acham que lugar de mulher é na cozinha, na limpeza, cuidando dos filhos, acham que política é coisa é coisa para homem, veja que os vereadores são todos homens, as poucas mulheres que se candidataram não se elegeram na última eleição; muitos homens glorificam-se de gastar seu dinheiro na zona, ou mesmo pagando de tudo para mulheres que não fazem nada com eles além de sugar seu dinheiro, os mesmos que depois andam nas ruas ou vão à igreja abraçados com suas esposas fingindo terem a melhor relação possível. E já que o assunto conduziu para zona vamos lembrar-nos dos pais machistas que continuam levando seus filhos adolescentes para este tipo de lugar para que “se tornem homens”, ao invés disso que tal ensiná-los bons modos, ensiná-los como tratar adequadamente às mulheres e à qualquer pessoa, sejam homens, mulheres, brancos ou corados, normais ou especiais, heterossexuais, homossexuais ou qualquer outra condição sexual.
Outra questão levantada é a de que Vidal Ramos parece esquecer que aqui já viviam negros antes da vinda da Votorantim. Os negros não são lembrados na história do município assim como na história que geralmente aprende-se na escola, em que só vemos o lado branco, os heróis portugueses, não nos falam muito da cultura e história negra e indígena que são as maiores e deveriam ser as principais abordadas em todo o país. Imagine-se ter que passar uma vida inteira esquecido vivendo na cultura de um povo que em outros tempos tratava o seu povo como inferior chegando a escravizá-lo ou dizimá-lo. Vamos nos abrir, conhecer mais sobre outras culturas, temos muito a aprender.
Acrescento ainda a questão da condição sexual, em nossa cidade não temos apenas heterossexuais, se já é difícil ser homossexual numa grande cidade onde mais facilmente acham-se pessoas com esta condição, imagine em uma pequena cidade onde um relacionamento homossexual torna-se quase impossível, visto que além de claramente serem minorias ainda sofrem o preconceito. Por exemplo, os meninos afeminados, que muitas vezes nem sabem qual sua condição homossexual são ridicularizados por colegas nas escolas, tratados com diversos tipos de ofensas. Apesar disto, muita gente acha que o assunto sexualidade não deve ser abordado muito cedo na escola.
Precisamos acolher as pessoas por seu caráter e não por coisas que não podem ser mudadas.
“Mr. Tambourine”
Agora o Texto enviado pela leitora “Anubis Ragnarok”:
A questão da mulher:
Já passou, mas este ano (graças ao São Jorge!) as autoridades políticas do município não nos humilharam na tentativa de uma homenagem às mulheres deste se trajando de travestis, afinal este seria o dia internacional da mulher, e não uma parada gay!
Quem sabe no próximo ano, além de homenagear de forma decente as mulheres deste município, a administração também aproveite o empenho para reavaliar o plano de cargos de salários das funcionárias municipais, respeitando as leis trabalhistas, afinal é por este motivo que existe o DIA INTERNACIONAL DA MULHER.
A questão dos negros:
De onde você é?
Um dia desses eu estava em um local público, me servindo de uma guloseima, e uma senhora que não é deste município me abordou e me remeteu a pergunta: "-De onde você é? Salvador ou Recife?" Eu respondi que não era de nenhuma das cidades; a Senhora insistiu e perguntou se eu era do Rio de Janeiro e a quanto tempo eu estava nesta cidade; educadamente eu respondi:
"-Sou Catarinense, e nasci neste município", a Senhora um tanto surpresa fez um comentário "-Hoje essa cidade tem bastante negros né... mas muito deles já moravam aqui; porque isso não aparece na descrição da população deste lugar?" eu fiquei sem resposta, e isto foi chato!
Será que é difícil enxergar um negro que é desse lugar por essas ruas e comunidades?! Quantos pardos mulatos e negros moram nesse lugar desde que nasceram? A cidade é jovem, mas existem negros que já tem os seus 90 anos bem vividos, formaram família neste lugar, hoje tem seus filhos, netos e bisnetos que por ironia continuam sendo negros(!!!).
Por que essa parte (que não é pequena) sumiu do mapa?
Será que esses negros querem se esconder (?), ou estão tentando esconde-los?
“Anubis Ragnarok”